De Samantha Groenestyn, The Duchess:
"(...) Naquele bradar de lamentos, terminando com o repulsivo 'Eu sou um perfeccionista!', é daquelas desculpas virtuosas por não completar um trabalho, ou na sua falta, mesmo de começar, por achar não poder colocar outras coisas de parte e passar ao que se segue. Devo lembrar que o perfeccionismo pode ser desastroso porque começa com o final, e injustamente, esse produto final é pesado como tendo mais valor que o processo em lá chegar. Não querendo afirmar com isto que o resultado de um trabalho seja irrelevante, dado que por último, a nossa aspiração é de contribuir no melhor das nossas habilidades com feitos que suscitem prazer e que façam história. Mas o artista deverá levar tanto o fim como os meios em conta. Em segundo lugar, devo dizer que, se for pra se dar algum mérito ao perfeccionismo, que seja uma busca privada no pensamento e nos métodos de trabalho. Pois deveremos ser capazes de avaliar o nosso ofício numa implacável auto-reflexão a fim de melhorar em vez de ficar preso e paralisado com uma série de auto críticas. Não me parece que esta atitude deva tão pouco ser divulgada num pedinchar pela validação dos outros. (...) Aprender a arte é um acto físico; prende-se ao construir e não ao teorizar. Essa perspectiva do acabado, polido, perfeito, pode inibir a exploração, o correr riscos, e mesmo quebrar o hábito regular de simplesmente desenhar. (...)"
2014, com esferográficas. |
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